top of page

Pai, Filho e Espírito Santo: Compreendendo a Santíssima Trindade


ARTIGO - SANTISSIMA TRINDADECaminho de Fé

INTRODUÇÃO

O mistério da Santíssima Trindade é o dogma central da fé cristã, o fundamento sobre o qual se apoiam todas as demais verdades reveladas. Conhecer, professar e viver este mistério é essencial para todo cristão, pois nele se encerra o próprio Deus, tal como se deu a conhecer: Pai, Filho e Espírito Santo, três Pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.

Para apresentar de forma clara e detalhada a doutrina católica sobre a Trindade, recorreremos neste artigo a três importantes fontes teológicas: o Catecismo Romano promulgado por São Pio V conforme decreto do Concílio de Trento, o Catecismo Maior de São Pio X, e a monumental Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino. Estes textos, com a autoridade que possuem, oferecem uma exposição segura, profunda e orgânica deste altíssimo mistério.

Nosso objetivo será, pois, a partir destas fontes, expor de modo acessível as principais verdades acerca da Santíssima Trindade: a unidade da natureza divina, a distinção real das três Pessoas, suas relações de origem, a inhabitação da Trindade na alma dos justos, a atribuição das obras divinas, entre outros aspectos. Procuraremos mostrar a lógica interna deste mistério, sua beleza e fecundidade para a vida espiritual.

Convidamos o leitor a adentrar, com reverência e amor, neste mistério admirável, procurando apreendê-lo não tanto pela razão, mas sobretudo pela fé. Pois, como diz Santo Agostinho, é pela fé que chegamos à inteligência, e não o contrário. Contemplar o mistério da Trindade é contemplar o próprio Deus, que é Amor, e que por amor quis revelar-se e comunicar-se a nós.

imagem de Jesus caminhando por um caminho sinuoso, banhado pela luz suave do sol da tarde, simbolizando Deus Pai, com uma pomba ao lado, representando o Espírito Santo. A cena transmite uma atmosfera de paz e espiritualidade.

 

1. UNIDADE DA NATUREZA DIVINA

1.1. Deus é um só na substância e trino nas Pessoas

A fé católica professa, como verdade fundamental, que Deus é absolutamente uno em sua essência ou natureza divina, e ao mesmo tempo trino nas Pessoas. O Catecismo Romano, fiel ao ensinamento da Sagrada Escritura e da Tradição, afirma com vigor este mistério central da revelação cristã: "A substância divina é una e simples, embora distingamos nela três Pessoas" (I II 10).

Esta unidade da natureza divina é tão perfeita e indivisível que exclui toda composição ou divisão. Deus não é composto de partes, nem sujeito a mudanças. Nele, a essência identifica-se com a existência, a substância com os atributos. "Deus é a própria simplicidade e unidade" (I III 7), ensina o Catecismo. Por isso, quando dizemos que Deus é eterno, imutável, onisciente, onipotente, estamos significando que a própria essência divina é a eternidade, a imutabilidade, a onisciência, a onipotência.

Ao mesmo tempo, a revelação nos manifesta que nesta única natureza divina subsistem três Pessoas realmente distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. "Na unidade desta substância há três Pessoas: o Pai, que de ninguém é gerado; o Filho, que é gerado pelo Pai antes de todos os séculos; o Espírito Santo, que também procede eternamente do Pai e do Filho" (I III 4). É o mistério da Santíssima Trindade, que a razão humana não pode compreender plenamente, mas que acolhemos pela fé, baseados na autoridade de Deus que revela.

1.2. As três Pessoas divinas têm a mesma essência, substância e natureza

O Catecismo Romano insiste na perfeita igualdade e consubstancialidade das três Pessoas divinas. O Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três deuses, mas um só Deus, pois têm a mesma essência, substância e natureza. "Entre as Pessoas divinas não há distância ou diversidade alguma; pelo contrário, cremos que nas três há a mesma eternidade, a mesma imutabilidade, a mesma majestade, a mesma glória" (I III 5).

Esta unidade da natureza divina nas três Pessoas foi definida solenemente pelo Concílio de Nicéia (325) contra o arianismo, e reafirmada pelo Concílio de Constantinopla I (381). O Símbolo Atanasiano, citado pelo Catecismo, declara: "O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. E no entanto, não são três deuses, mas um só Deus" (I III 6). Cada Pessoa é Deus todo, mas não são três deuses, porque têm a mesma e única divindade.

Portanto, tudo o que se atribui a Deus em razão da essência é comum às três Pessoas. O Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente; mas não são três onipotentes, e sim um só Deus onipotente. O mesmo se diga dos demais atributos absolutos: eternidade, imensidão, infinitude, etc. "Tudo é um, onde não há oposição de relação", sintetiza o Catecismo (I III 6), fazendo eco ao axioma teológico: "In divinis omnia sunt unum, ubi non obviat relationis oppositio".

1.3. Tudo é comum às três Pessoas, exceto as propriedades relativas

Se por um lado tudo é comum às três Pessoas em razão da unidade da essência, por outro lado elas se distinguem realmente pelas relações de origem ou propriedades pessoais. "O Pai não procede de ninguém; o Filho procede do Pai; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Assim, reconhecemos uma só substância em Deus, mas três Pessoas distintas por suas propriedades" (I III 5).

Essas propriedades relativas são a paternidade no Pai, a filiação no Filho, a processão no Espírito Santo. Elas constituem as Pessoas como relações subsistentes, realmente distintas entre si. O Pai é Pai por gerar eternamente o Filho; o Filho é Filho por ser eternamente gerado pelo Pai; o Espírito Santo é Espírito Santo por proceder eternamente do Pai e do Filho como de um só princípio.

Portanto, embora as obras ad extra (como a criação, a redenção, a santificação) sejam comuns a toda a Trindade, elas são apropriadas a cada uma das Pessoas segundo certa conveniência com suas propriedades pessoais. Assim, apropria-se ao Pai a criação, pois Ele é a origem e princípio de toda a divindade; ao Filho a redenção, pois pela encarnação Ele nos revelou a sabedoria do Pai; ao Espírito Santo a santificação, pois Ele é o amor pessoal do Pai e do Filho.

Em síntese, o Catecismo Romano nos apresenta o mistério do Deus uno e trino com admirável equilíbrio, ressaltando tanto a unidade da natureza divina quanto a trindade das Pessoas, em perfeita harmonia com a revelação bíblica e a tradição patrística. Ao mesmo tempo, mostra a fecundidade deste mistério para a vida espiritual, pois pela graça somos chamados a participar da vida íntima da Santíssima Trindade.

 

2. DISTINÇÃO DAS PESSOAS DIVINAS

2.1. O Pai não procede de ninguém

O Catecismo Romano ensina que na Santíssima Trindade, o Pai é o princípio sem princípio, a fonte e origem de toda a divindade. Ele não é gerado nem procede de nenhuma outra pessoa. "O Pai, de fato, é o que não nasce de outrem" (I III 3), afirma o Catecismo, ecoando a definição do Concílio XI de Toledo (675): "O Pai é o que não procede de ninguém" (DU 275).

Esta verdade de fé está implicitamente contida na Sagrada Escritura, quando Jesus chama a Deus de "meu Pai" (Jo 5,17), reconhecendo-o como seu princípio. Também os Símbolos da fé professam que o Pai é o Criador do céu e da terra, atribuindo-lhe a omnipotência criadora, própria de quem não tem origem, mas é origem de tudo.

2.2. O Filho é gerado eternamente pelo Pai

Quanto ao Filho, o Catecismo afirma que Ele "é gerado pelo Pai antes de todos os séculos" (I III 4). Esta geração eterna do Verbo é um mistério inefável, que a razão humana não pode compreender plenamente, mas que a fé nos garante, baseada na revelação divina.

No Evangelho de São João, Jesus declara: "O Pai me ama, porque dou a minha vida para a reassumir. (...) Este mandamento recebi de meu Pai" (Jo 10,17-18). Nesta e em outras passagens, Cristo atesta sua filiação divina, pela qual recebe eternamente do Pai a mesma vida e natureza divina.

O Símbolo Niceno-Constantinopolitano precisa esta fé, definindo que o Filho é "gerado, não criado, consubstancial ao Pai". Ele não é uma criatura que começou a existir no tempo, mas é o Filho eterno do Pai, a Ele igual em tudo. "Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro".

2.3. O Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho como de um só princípio

Sobre o Espírito Santo, o Catecismo ensina que Ele "procede eternamente do Pai e do Filho" (I III 4). Esta processão é por via de amor, como explica Santo Tomás de Aquino: "Assim como o Pai diz a si e a toda criatura no Verbo que gera, enquanto o Verbo gerado é suficientemente expressivo do Pai e de toda criatura; assim também ama a si e a toda criatura no Espírito Santo, enquanto o Espírito Santo procede como o amor da bondade primeira, pela qual o Pai ama a si e a toda criatura" (ST I, q. 37, a. 2, ad 3).

Portanto, o Espírito Santo procede do amor mútuo entre o Pai e o Filho. Por isso, diz-se que procede de ambos "como de um só princípio". Não são dois princípios distintos, mas um só, pois o Pai e o Filho são um só Deus. Esta doutrina foi definida no II Concílio de Lião (1274) e no Concílio de Florença (1439), que acrescentou ao Símbolo a expressão "Filioque" - "e do Filho".

2.4. As relações de origem constituem as Pessoas divinas

O Catecismo Romano ressalta que as Pessoas divinas se distinguem pelas relações de origem: paternidade, filiação e processão. "O Pai não procede de ninguém; o Filho procede do Pai; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Assim, reconhecemos uma só substância em Deus, mas três Pessoas distintas por suas propriedades" (I III 5).

Estas relações não são acidentes que se acrescentam à substância divina, mas são a própria essência divina enquanto referida a outra pessoa. A paternidade é a própria essência divina enquanto gera o Filho; a filiação é a mesma essência enquanto gerada pelo Pai; a processão é a mesma essência enquanto espirada pelo Pai e pelo Filho. Portanto, as relações são realmente idênticas à essência divina, distinguindo-se dela só conceitualmente.

2.5. As Pessoas são realmente distintas entre si, embora idênticas à essência divina

Por fim, o Catecismo afirma que as três Pessoas são realmente distintas entre si, embora tenham a mesma natureza divina. "Entre as Pessoas divinas não há distância ou diversidade alguma; pelo contrário, cremos que nas três há a mesma eternidade, a mesma imutabilidade, a mesma majestade, a mesma glória" (I III 5).

A distinção das Pessoas não prejudica a unidade e simplicidade de Deus, pois elas não se distinguem pela essência, que é a mesma e única nas três, mas pelas relações opostas de origem. O Pai se distingue do Filho por gerar; o Filho se distingue do Pai por ser gerado; o Espírito Santo se distingue de ambos por proceder.

Portanto, "tudo é um, onde não há oposição de relação" (I III 6), como sintetiza o Catecismo, citando o axioma teológico: "Em Deus tudo é um, onde não obsta a oposição de relação". Fora as relações, tudo o mais - a essência, os atributos, as operações ad extra - é comum às três Pessoas.

Em resumo, o Catecismo Romano expõe com admirável equilíbrio o mistério da Trindade, professando a unidade da natureza divina e a trindade das Pessoas, realmente distintas pelas relações de origem. Longe de ser uma especulação abstrata, este mistério é a vida íntima de Deus, que Ele quis revelar e comunicar aos homens, para nos fazer participantes de sua eterna bem-aventurança.

 

3. ATRIBUIÇÃO DAS OBRAS DIVINAS

3.1. Todas as obras ad extra são comuns à Trindade

O Catecismo Romano ensina que todas as obras de Deus ad extra, isto é, as obras que se referem às criaturas, são comuns às três Pessoas divinas. Isso decorre da unidade da natureza divina: sendo o Pai, o Filho e o Espírito Santo um só Deus, tudo o que Deus faz fora de si mesmo é realizado pelas três Pessoas indistintamente.

"O que quer que Deus faz ou opera fora de si mesmo, é comum às três Pessoas, e que as três operam juntamente. Que uma não faz mais, outra menos, ou uma sem outra, mas que todas têm a mesma sabedoria, a mesma bondade, o mesmo poder; numa palavra, que nas obras exteriores não há divisão ou distinção entre as Pessoas divinas" (I IX 6).

Portanto, a criação do mundo, a conservação dos seres, o governo do universo, os milagres, a distribuição da graça, a ressurreição dos mortos e o juízo final são obras de toda a Santíssima Trindade. O Pai cria por meio do Filho no Espírito Santo; o Filho redime com o poder do Pai e a caridade do Espírito Santo; o Espírito Santo santifica como dom do Pai e do Filho.

3.2. Apropriação de certas obras a cada uma das Pessoas

No entanto, por uma razão de conveniência, a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja costumam atribuir ou apropriar certas obras exteriores mais particularmente a uma ou outra das Pessoas divinas, em virtude da semelhança que tais obras têm com as propriedades pessoais.

Assim, apropria-se ao Pai a obra da criação, que é uma obra de poder e princípio de todas as coisas. Sendo o Pai o princípio sem princípio, Aquele que não procede de ninguém mas do qual procedem o Filho e o Espírito Santo, a Ele se atribui especialmente o poder criador.

Ao Filho, que procede do Pai como seu Verbo e Sabedoria eterna, apropria-se a obra da redenção, na qual brilha a sabedoria e a misericórdia de Deus. Pela encarnação, o Filho nos revelou os mistérios do Pai; pela sua pregação, iluminou-nos com a luz da verdade; pela sua morte na cruz, reparou o pecado e restaurou a vida da graça.

Ao Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho como Amor pessoal, apropria-se a obra da santificação, que é uma obra de amor e de doação. O Espírito Santo é o dom incriado que o Pai e o Filho nos enviam para habitar em nossos corações; é a caridade substancial pela qual nos tornamos participantes da natureza divina e filhos adotivos de Deus.

"Ao Pai atribui-se o poder, ao Filho a sabedoria, ao Espírito Santo o amor. Não que estes atributos não convenham igualmente às três Pessoas, pois as obras da Santíssima Trindade ad extra são indivisas, mas por uma certa comparação e uma espécie de afinidade que se nota entre as propriedades das Pessoas e tais atributos" (I IX 7).

Portanto, embora as obras exteriores sejam comuns às três Pessoas, a apropriação nos ajuda a melhor conhecer as propriedades de cada uma e a perceber sua atuação em nossa vida sobrenatural. Tudo nos vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo, para nos conduzir ao Pai, pelo Filho, no Espírito Santo.

 

4. CONHECIMENTO DA TRINDADE

4.1. A razão humana não pode compreender plenamente este mistério

O mistério da Santíssima Trindade excede a capacidade da inteligência humana. Por mais que a razão se esforce, jamais conseguirá penetrar plenamente na profundidade deste dogma central da fé cristã. Como diz o Catecismo, "a razão humana, falando rigorosamente, com as suas forças naturais pode chegar a conhecer que Deus existe, mas não que é Trino em Pessoas" (I II 10).

De fato, a unidade da natureza divina e a trindade das Pessoas é uma verdade tão sublime que ultrapassa todo entendimento criado. "Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11,27). Portanto, se Deus não tivesse revelado este mistério, o homem nunca poderia conhecê-lo por si mesmo.

4.2. Necessidade da revelação divina e da fé para conhecer a Trindade

Daí a absoluta necessidade da revelação divina e da fé para termos acesso a este inefável mistério. Deus quis, por pura bondade, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério de sua vontade (cf. Ef 1,9), a fim de que os homens, pela Cristo, Verbo encarnado, tivessem acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornassem participantes da natureza divina (cf. Ef 2,18; 2Pd 1,4).

Esta revelação realizou-se plenamente por Jesus Cristo, o Filho Unigênito que está no seio do Pai (cf. Jo 1,18). Ele deu a conhecer o mistério do Pai e de seu amor, e o mistério da Santíssima Trindade foi revelado na própria vida de Cristo, em suas palavras e obras, e sobretudo em sua morte e ressurreição.

Mas para acolher esta revelação, é necessária a fé, que é um dom sobrenatural de Deus. Pela fé, o homem entrega-se total e livremente a Deus, prestando "ao Deus revelador o obséquio pleno da inteligência e da vontade" (Dei Verbum, 5). Sem a fé, é impossível conhecer e viver o mistério trinitário.

4.3. Importância deste conhecimento para a vida cristã

O conhecimento da Santíssima Trindade não é uma verdade abstrata e distante da vida, mas tem uma importância fundamental para a existência cristã. De fato, a vida cristã é uma participação na vida trinitária. Pelo Batismo, somos inseridos em Cristo, filhos no Filho, e passamos a ter acesso ao Pai no Espírito Santo.

Toda a vida espiritual é uma comunhão com cada uma das Pessoas divinas, sem de modo algum separá-las. O cristão procura conformar-se cada vez mais a Cristo, deixando-se guiar pelo Espírito para chegar ao Pai. Quanto mais cresce no conhecimento amoroso da Trindade, mais se configura a Cristo e se deixa conduzir pelo Espírito.

Portanto, contemplar o mistério da Trindade não é um luxo reservado a poucos, mas uma necessidade para todo batizado. Conhecer o Deus Trindade é conhecer o Deus Amor, que nos criou, remiu e santifica por puro amor. É adentrar no mistério mais íntimo da divindade, não para "compreendê-lo", mas para adorá-lo, louvá-lo e amá-lo cada vez mais. Pois, como diz Santo Agostinho, "se compreendes, não é Deus".

 

CONCLUSÃO

Ao longo deste artigo, procuramos expor, com base nos ensinamentos do Catecismo Romano de São Pio V, do Catecismo Maior de São Pio X e da Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino, a doutrina católica sobre o mistério da Santíssima Trindade.

Vimos que Deus é absolutamente uno em sua essência ou natureza divina, mas ao mesmo tempo trino nas Pessoas - Pai, Filho e Espírito Santo - que subsistem nesta única natureza, sendo iguais em todas as perfeições. As Pessoas divinas distinguem-se realmente entre si pelas relações de origem: o Pai a ninguém deve a sua origem; o Filho é gerado eternamente pelo Pai; o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho como de um único princípio.

Embora as obras exteriores (ad extra) sejam comuns a toda a Trindade, certas obras são apropriadas a cada uma das Pessoas divinas, segundo uma certa conveniência com suas propriedades pessoais: ao Pai a criação, ao Filho a redenção, ao Espírito Santo a santificação.

A Santíssima Trindade é, portanto, o mistério central da fé cristã, o fundamento sobre o qual se apoiam todas as demais verdades reveladas. Conhecer, professar e viver este mistério é essencial para todo cristão, pois nele se encerra o próprio Deus, tal como quis revelar-se a nós: Pai, Filho e Espírito Santo, três Pessoas distintas e um só Deus verdadeiro.

Ao concluir, exortamos a todos os fiéis a aprofundarem cada vez mais, pela oração, o estudo e a contemplação, este mistério admirável, procurando apreendê-lo não tanto pela razão, mas sobretudo pela fé. Pois contemplar o mistério da Trindade é contemplar o próprio Deus que é Amor, e que por amor quis comunicar-se a nós, para nos fazer participantes de sua vida íntima. Que a graça do Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos nós. Amém.

REFERÊNCIAS:

  1. Bíblia Sagrada, Vulgata Latina (1902);

  2. Catecismo Romano de São Pio V (1566);

  3. Catecismo Maior de São Pio X (1905);

  4. Suma Teológica - São Tomas de Aquino (1281).


Curtiu este artigo? Compartilhe com seus amigos e espalhe a Palavra!

22 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page