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O Cálice da Obediência

Atualizado: 26 de mai.

Liturgia Diária:

Dia 29/03/2024 - Sexta-feira

 

Evangelho: João 18,1-19,42

 

Devido à extensão do texto, apresentaremos um resumo focado nos pontos principais e na mensagem geral do evangelho de hoje.

 

O Evangelho segundo João, capítulos 18 e 19, apresenta a narrativa da Paixão de Cristo, começando com a sua prisão no jardim do Getsêmani e culminando com a sua crucificação e sepultamento. Esta passagem é marcada por eventos dramáticos e significativos, revelando profundamente a humanidade e a divindade de Jesus.

No Jardim do Getsêmani (João 18,1-11): Jesus, ciente do que lhe aguardava, retira-se para orar no jardim do Getsêmani, acompanhado por seus discípulos. Judas, um dos Doze, trai Jesus, guiando soldados romanos e guardas do templo para prendê-lo. Mesmo sabendo dos eventos que estavam para acontecer, Jesus se entrega voluntariamente, impedindo seus discípulos de resistirem, destacando sua submissão à vontade do Pai.

Interrogatórios e Negação (João 18,12-27): Após sua prisão, Jesus é levado primeiro a Anás e, em seguida, ao sumo sacerdote Caifás, onde é interrogado sobre seus ensinamentos e discípulos. Paralelamente, Pedro, que seguiu Jesus à distância, nega conhecê-lo três vezes, cumprindo a previsão feita por Jesus.

Julgamento por Pilatos (João 18,28-19,16): Jesus é apresentado a Pilatos, o governador romano, que o interroga, mas não encontra motivo para condená-lo. Mesmo assim, pressionado pela multidão e pelos líderes judeus, Pilatos cede e ordena a crucificação de Jesus.

A Crucificação (João 19,16-37): Jesus é crucificado entre dois criminosos no local chamado Gólgota. No auge de seu sofrimento, expressa seu cuidado por sua mãe, Maria, e, em seu último suspiro, declara "Está consumado", marcando a conclusão de sua missão redentora.

Sepultamento de Jesus (João 19,38-42): Após sua morte, José de Arimateia e Nicodemos retiram o corpo de Jesus da cruz e o sepultam em um novo túmulo no jardim próximo ao local de sua crucificação, cumprindo as práticas judaicas de sepultamento.

Esta narrativa não apenas destaca a entrega e o sacrifício de Jesus pela humanidade mas também revela a complexidade das reações humanas diante do divino, desde a traição e negação até a fé e a devoção. A história é marcada por profundas lições de amor, sacrifício, e redenção, fundamentais para a fé cristã.

 

O Texto completo será apresentado ao final.


Representação dramática da crucificação de Jesus no Gólgota. A cena inclui três cruzes, com a cruz de Jesus ao centro, mais alta que as outras. Ao pé da cruz, figuras como Maria, mãe de Jesus, João, o discípulo amado, e Maria Madalena expressam tristeza e devoção. Soldados romanos e espectadores estão presentes ao fundo. O céu dramático ao fundo indica a gravidade do momento. A inscrição INRI está acima da cabeça de Jesus. A iluminação destaca Jesus na cruz e as reações emocionais daqueles ao seu redor.

 

Reflexão:

A longa e detalhada narrativa da Paixão de Cristo segundo João é um convite à meditação sobre a profundidade do amor e da obediência de Jesus ao Pai. Desde o jardim de Getsêmani até o sepulcro, vemos o cumprimento da missão de Cristo, marcada por traição, sofrimento e, finalmente, morte na Cruz.

Este relato destaca a soberania de Jesus em meio ao sofrimento. Sua resposta "Sou eu" aos que vieram prendê-lo revela não só sua identidade, mas sua prontidão em enfrentar o destino que lhe estava reservado. O gesto de cura de Malco e a recusa em resistir à prisão sublinham sua entrega voluntária ao cálice da Paixão, o qual aceita como vontade do Pai.

A paixão de Cristo é um mistério de amor e redenção. Cada detalhe da narrativa, desde a traição de Judas até o sepultamento de Jesus, sublinha a extensão do amor divino pela humanidade. Jesus enfrenta a traição, a rejeição, o julgamento injusto e a morte com uma dignidade que nasce da obediência total ao Pai e do amor incondicional por nós.

Santo Agostinho, refletindo sobre a Paixão, observa que em cada insulto, golpe e prego, Jesus estava pregando o amor. A Cruz, longe de ser um símbolo de derrota, torna-se o supremo testemunho do poder do amor sobre o ódio, da vida sobre a morte.

A Paixão nos convida a refletir sobre nossa própria capacidade de amar e de obedecer a Deus, mesmo quando isso implica em sofrimento e sacrifício. Nos ensina sobre a importância da entrega confiante à vontade divina, mesmo quando não compreendemos seus desígnios.

 

Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Como a obediência e o amor demonstrados por Jesus na Paixão podem inspirar minha própria jornada espiritual?

2. De que maneiras posso abraçar as cruzes da minha vida, confiando na vontade de Deus?

3. Como posso ser um instrumento do amor de Deus, especialmente diante do sofrimento e da injustiça?

 

Mensagem final:

Neste dia de reflexão sobre a Paixão do Senhor, que possamos abraçar com amor e gratidão o dom da salvação. Que o exemplo de Jesus nos inspire a viver com maior fidelidade e coragem, seguindo seus passos de obediência e amor incondicional, mesmo nos momentos de maior desafio.

 

Na cruz, Cristo revelou a plenitude de amor e obediência ao Pai, consumando a obra redentora para a salvação de todos que creem, tornando-se o eterno Rei e Salvador.

 

Texto Completo do Evangelho de Hoje:

“18. Depois de ter dito isso, Jesus saiu com seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim, no qual ele entrou com seus discípulos. Judas, o traidor, também conhecia o lugar, porque Jesus muitas vezes se reunia ali com seus discípulos. Judas, então, levando consigo um destacamento de soldados e alguns guardas enviados pelos principais sacerdotes e fariseus, chegou lá com lanternas, tochas e armas. Jesus, sabendo de tudo o que ia acontecer com ele, saiu ao encontro deles e perguntou: "A quem procurais?" Eles responderam: "A Jesus, o Nazareno." Jesus disse: "Sou eu." Judas, o traidor, estava com eles. Quando Jesus disse "Sou eu", eles recuaram e caíram no chão. Novamente ele perguntou: "A quem procurais?" E eles disseram: "A Jesus, o Nazareno." Jesus respondeu: "Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, deixai que estes se retirem." Isso aconteceu para que se cumprisse a palavra que ele tinha dito: "Não perdi nenhum dos que me deste."

Então Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. Jesus disse a Pedro: "Guarda a tua espada na bainha. Não beberei eu o cálice que o Pai me deu?"

Então os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Primeiro o levaram a Anás, pois ele era sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote naquele ano. Caifás era o que tinha aconselhado aos judeus que era conveniente que um homem morresse pelo povo.

Simão Pedro e outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, mas Pedro ficou do lado de fora, à porta. Então, o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, falou à porteira e levou Pedro para dentro. A criada que guardava a porta disse a Pedro: "Não és tu também um dos discípulos desse homem?" Ele disse: "Não sou." Os servos e os guardas haviam feito uma fogueira, porque fazia frio, e estavam se aquecendo. Pedro também estava com eles, aquecendo-se.

O sumo sacerdote interrogou Jesus sobre seus discípulos e sobre sua doutrina. Jesus lhe respondeu: "Eu falei abertamente ao mundo. Sempre ensinei nas sinagogas e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em segredo. Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei; eles sabem o que eu disse." Quando ele disse isso, um dos guardas que estava ali deu um tapa em Jesus, dizendo: "É assim que respondes ao sumo sacerdote?" Jesus respondeu: "Se falei mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?"

Então Anás o enviou amarrado a Caifás, o sumo sacerdote.

Simão Pedro estava lá, aquecendo-se. Disseram-lhe: "Não és tu também um dos seus discípulos?" Ele negou e disse: "Não sou." Um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse: "Não te vi eu no jardim com ele?" Pedro negou novamente, e imediatamente o galo cantou.

Então levaram Jesus de Caifás para o Pretório. Era cedo de manhã. Eles mesmos não entraram no Pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa. Pilatos saiu ao encontro deles e perguntou: "Que acusação trazeis contra este homem?" Eles responderam: "Se ele não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti." Pilatos disse: "Tomai-o vós mesmos e julgai-o segundo a vossa lei." Os judeus disseram: "Não nos é permitido matar ninguém." Isso aconteceu para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, indicando de que modo ia morrer.

Então Pilatos entrou novamente no Pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: "És tu o rei dos judeus?" Jesus respondeu: "Dizes isso por ti mesmo ou outros te disseram de mim?" Pilatos respondeu: "Porventura sou eu judeu? A tua própria nação e os principais sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?" Jesus respondeu: "Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu reino não é daqui." Pilatos disse: "Então, tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu o dizes, sou rei. Para isso nasci e para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." Pilatos disse: "Que é a verdade?" Dito isso, saiu novamente ao encontro dos judeus e disse-lhes: "Não encontro nele crime algum. Mas é costume entre vós que eu vos solte alguém na Páscoa. Quereis, pois, que eu vos solte o rei dos judeus?" Eles gritaram novamente: "Não este, mas Barrabás!" Barrabás era um bandido.

19. Então Pilatos tomou Jesus e o mandou flagelar. Os soldados teceram uma coroa de espinhos, puseram-na sobre a sua cabeça e o vestiram com um manto de púrpura. Aproximavam-se dele e diziam: "Salve, rei dos judeus!" E davam-lhe bofetadas. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: "Vede, eu vo-lo trago fora, para que saibais que não encontro nele crime algum." Jesus saiu, levando a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: "Eis o homem!" Quando os principais sacerdotes e os guardas o viram, gritaram: "Crucifica-o! Crucifica-o!" Pilatos disse: "Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não encontro nele crime algum." Os judeus responderam: "Nós temos uma lei, e, segundo essa lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus."

Quando Pilatos ouviu essa palavra, ficou ainda mais atemorizado. Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: "De onde és tu?" Jesus não lhe deu resposta. Pilatos então lhe disse: "Não me falas? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?" Jesus respondeu: "Não terias sobre mim nenhuma autoridade, se de cima não te fosse dada. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado." Desde então, Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus gritavam, dizendo: "Se o soltas, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei se opõe a César."

Ouvindo essas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lithóstrotos, em hebraico, Gábbatha. Era a Preparação da Páscoa, cerca da hora sexta. Ele disse aos judeus: "Eis o vosso rei!" Mas eles gritaram: "Fora! Fora! Crucifica-o!" Pilatos disse: "Hei de crucificar o vosso rei?" Os principais sacerdotes responderam: "Não temos rei, senão César!" Então, Pilatos entregou-o para ser crucificado.

Eles tomaram Jesus. Ele mesmo, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico, Gólgota, onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. Pilatos também escreveu um título e o colocou na cruz. Estava escrito: "Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus." Muitos dos judeus leram esse título, porque o lugar onde Jesus foi crucificado era próximo da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego. Então, os principais sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: "Não escrevas 'O Rei dos Judeus', mas sim que ele disse: 'Sou o Rei dos Judeus'." Pilatos respondeu: "O que escrevi, escrevi."

Quando os soldados crucificaram Jesus, tomaram as suas vestes, fazendo quatro partes, uma para cada soldado, e também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, tecida de alto a baixo por inteiro. Disseram, pois, uns aos outros: "Não a rasguemos, mas sorteemos sobre ela, para ver a quem tocará." Isso para que se cumprisse a Escritura, que diz: "Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes (Sl 21,19)." Os soldados fizeram isso.

Perto da cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, vendo sua mãe e, ao lado dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois, disse ao discípulo: "Eis aí tua mãe." E desde aquela hora o discípulo a acolheu em sua casa.

Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para que se cumprisse a Escritura, disse: "Tenho sede." Havia ali um vaso cheio de vinagre. Colocaram, pois, numa vara de hissopo uma esponja embebida em vinagre e a aproximaram da sua boca. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: "Está consumado!" E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

Os judeus, como era a Preparação, para que os corpos não ficassem na cruz no sábado (pois aquele sábado era um grande dia), pediram a Pilatos que lhes quebrassem as pernas e os tirassem. Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro que com ele foram crucificados; mas, chegando a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas. Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu isso deu testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que diz a verdade, para que também vós creiais. Pois isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura: "Nenhum dos seus ossos será quebrado (Ex 12, 46; Nm 9,12)." E outra Escritura ainda diz: "Olharão para aquele a quem traspassaram (Zc 12,10)."

Depois disso, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. Pilatos deu permissão. Então, veio e retirou o corpo de Jesus. Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido de noite ter com Jesus, também veio, trazendo cerca de cem libras de uma mistura de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em faixas com os aromas, como é costume entre os judeus preparar os corpos para o sepultamento. No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo, no qual ainda ninguém tinha sido posto. Ali, pois, por causa da Preparação dos judeus, porque o sepulcro estava perto, puseram Jesus.” (João 18,1-19,42)

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Lindo! Maravilhoso Fiquei mto emocionada

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