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O Convite do Reino Divino

Liturgia Diária:

Dia 07/11/2023 - Terça-feira


Um dos convidados, ouvindo isso, disse a Jesus: "Feliz aquele que comer o pão no Reino de Deus!" Jesus respondeu: "Um homem preparou um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora do banquete, enviou seu servo para dizer aos convidados: 'Venham, pois tudo já está pronto.' Mas todos, um por um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: 'Comprei um campo e preciso ir vê-lo; peço-te que me dispenses.' Outro disse: 'Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; peço-te que me dispenses.' E outro disse: 'Acabei de me casar e, por isso, não posso ir.' O servo voltou e contou tudo ao seu senhor. Então, o dono da casa, irritado, disse ao seu servo: 'Vá rapidamente pelas praças e ruas da cidade e traga aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.' O servo disse: 'Senhor, o que ordenaste foi feito, e ainda há lugar.' O senhor disse ao servo: 'Vá pelas estradas e pelos atalhos e obrigue as pessoas a entrar, para que minha casa fique cheia. Pois eu digo a vocês que nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete.'"



Reflexão:

Ao contemplar a parábola do grande banquete em Lucas 14, São Tomás de Aquino e Santo Agostinho nos oferecem perspectivas profundas que podem enriquecer nossa compreensão. Eles enfocam, sobretudo, a primazia da graça divina, a moralidade e a conversão do coração.

São Tomás de Aquino, em sua extensa obra, sobretudo na "Suma Teológica", reflete sobre a generosidade do convite divino como um gesto de graça que antecede qualquer mérito humano. Na parábola, os primeiros convidados rejeitam o convite por se prenderem aos próprios afazeres e posses. Aqui, Tomás veria um símbolo da tendência humana ao pecado de orgulho e à concupiscência, que nos distrai do fim último, que é Deus. A abertura do convite a todos reflete a universalidade da salvação oferecida pela Igreja, um tema fundamental em Tomás, que insiste na razão e na fé como vias de acesso à verdade divina, acessível a todos.

Por sua vez, Santo Agostinho, cujos escritos como as "Confissões" e a "Cidade de Deus" exploram as profundezas da alma humana e a ordem divina, veria na parábola a expressão do amor e da misericórdia de Deus. Os convidados que recusam o convite representam, agostinianamente, as almas que se voltam para os bens temporais e se afastam do sumo Bem, que é Deus. O convite aos marginalizados e excluídos ressalta a magnanimidade de Deus, que chama todos, independente de sua condição social, a participar da vida eterna. Agostinho enfatizaria a necessidade de conversão e o amor de Deus que busca a ovelha perdida.

Ambos os santos enfocam a chamada à transformação interior e ao reconhecimento da prioridade da graça divina sobre as realidades terrenas. Eles nos convidam a ver na parábola não apenas uma questão de justiça social, mas uma chamada à conversão e ao encontro pessoal e comunitário com Deus, que é o anfitrião do banquete e a fonte de toda a verdadeira caridade e amor.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. A rejeição dos primeiros convidados ao banquete pode ser um espelho para a minha própria vida. Quantas vezes Deus me chamou e eu ignorei, ocupado com meus interesses e preocupações mundanas? É tempo de introspecção para perceber e priorizar o que é eterno e divino sobre o que é temporário e terreno.

2. A inclusão dos marginalizados no convite ao banquete celeste nos lembra de que a graça de Deus não conhece fronteiras. Como estou refletindo essa universalidade do amor de Deus em minhas ações diárias? Estou aberto a acolher e estender a mão a todos, independente de sua condição social ou status?

3. O banquete está pronto e o convite é feito: estou realmente disposto a vestir a "roupa nupcial" da alma, que é a graça e a virtude, para poder entrar na festa do Reino de Deus? O convite requer uma resposta ativa e uma preparação constante, através de uma vida de oração e obras de misericórdia.


Mensagem final:

Que a meditação sobre o grande banquete do Evangelho desperte em nós um anseio sincero pela festa que o Senhor preparou. Que sejamos sempre prontos a responder ao Seu chamado com corações abertos e mãos dispostas a servir. Que nenhum afazer, posses ou laços terrenos nos impeçam de partilhar da alegria eterna que Deus nos oferece. Viver com a expectativa do banquete celestial deve encher nosso dia de esperança, serviço e amor fraterno.

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