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O Chamado Final: Uma Jornada de Conversão e Redenção

Atualizado: 18 de ago.

Era uma noite chuvosa de sexta-feira. A estrada sinuosa que serpenteava pelas montanhas estava escorregadia e perigosa. Três amigos — Judas, Jezabel e Saul — voltavam de uma festa, rindo e conversando animadamente no carro. O som alto da música abafava o barulho da chuva que castigava o para-brisa.

"Ei, Judas, cuidado com essa curva!", gritou Jezabel do banco de trás, mas era tarde demais.

O carro derrapou, rodopiou no ar e caiu precipício abaixo. Em segundos, o silêncio tomou conta da noite, quebrado apenas pelo som da chuva e pelos últimos estalos metálicos do veículo destruído.

Imagem de um carro destruído, cercado por chamas intensas em um cenário sombrio e desolado, com uma figura solitária observando em meio ao fogo e à destruição.

Num piscar de olhos, Judas, Jezabel e Saul se viram diante de uma luz ofuscante. Confusos e desorientados, perceberam que não estavam mais presos às ferragens do carro. Diante deles, uma figura majestosa e terrível ao mesmo tempo: era Cristo, o Juiz.

"Meus filhos", disse Ele com voz grave, "chegou a hora do julgamento."

Um por um, eles viram suas vidas passarem diante de seus olhos como um filme acelerado. Cada pecado, cada oportunidade perdida de fazer o bem, cada recusa ao chamado de Deus ficou exposta.

Judas viu as inúmeras vezes em que ignorou os pobres na rua, as mentiras que contou para se beneficiar no trabalho, as noites de bebedeira e luxúria. Jezabel relembrou os abortos que realizou, as fofocas maldosas que espalhou, o ódio que nutriu por anos contra sua própria mãe. Saul reviveu os momentos em que traiu sua esposa, as vezes em que roubou dinheiro da empresa, as missas que deixou de ir por preguiça.

Cristo olhou para cada um deles com um misto de tristeza e justiça. "Vocês tiveram inúmeras chances de se arrepender e mudar de vida. Minha misericórdia esteve sempre disponível, mas vocês a rejeitaram repetidamente. Agora, enfrentarão as consequências de suas escolhas."

Com essas palavras, o chão se abriu sob seus pés e eles caíram em uma escuridão sem fim, seus gritos ecoando no vazio.

Quando finalmente pararam de cair, se viram em um lugar de horror indescritível. O calor era insuportável, as chamas lambiam seus corpos sem consumi-los. O cheiro de enxofre era nauseante. Gritos de agonia ecoavam por toda parte.

Jezabel, em meio ao desespero, clamou: "Deus misericordioso, por favor, tire-me daqui! Não posso suportar este tormento!"

Para sua surpresa, ouviu uma voz responder: "Jezabel, minha filha, por que me chama agora de misericordioso? Onde estava seu clamor por misericórdia quando você ainda vivia?"

Trêmula, Jezabel respondeu: "Senhor, eu... eu não sabia. Não acreditava que o inferno fosse real. Pensei que no fim Você perdoaria a todos."

A voz de Deus ressoou: "Minha filha, eu te dei a vida, te dei a fé através do batismo, te dei minha palavra nas Escrituras. Quantas vezes não te chamei à conversão?"

Jezabel começou a chorar, lembrando-se de todas as vezes que ignorou os apelos de Deus:

  • As homilias na missa que falavam sobre arrependimento e que ela considerava "exageradas".

  • O padre que a convidou para a confissão e que ela recusou, dizendo que "não tinha nada para confessar".

  • As pessoas que a convidaram para grupos de oração e que ela sempre dizia estar "ocupada demais".

  • Os livros espirituais que ganhava e nunca lia, deixando-os empoeirados na estante.

"Senhor", ela soluçou, "é verdade. Eu ignorei todos os Seus chamados. Mas agora estou verdadeiramente arrependida. Por favor, me dê mais uma chance!"

A voz de Deus respondeu com firmeza: "Jezabel, minha justiça é tão perfeita quanto minha misericórdia. Durante sua vida terrena, você teve inúmeras oportunidades de se arrepender e buscar o perdão. Lembra-se das palavras de meu filho Jesus?"

Naquele momento, as palavras do Evangelho ecoaram na mente de Jezabel:

"Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição, e muitos são os que entram por ela. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida, e poucos são os que o encontram!" (Mateus 7:13-14)

Jezabel chorou amargamente ao perceber a verdade dessas palavras. Quantas vezes ela não havia escolhido o caminho mais fácil, o caminho do pecado e da autoindulgência?

Deus continuou: "Lembra-se também do que está escrito no livro do Eclesiástico?"

E Jezabel ouviu em seu coração:

"Não demores em te converter ao Senhor e não o adies de dia para dia; porque a sua ira virá de repente, e no dia da vingança serás destruído." (Eclesiástico 5:8-9)

O arrependimento de Jezabel era genuíno, mas tardio. Ela compreendeu que o tempo de misericórdia havia passado. Agora, enfrentava a eternidade longe de Deus, em meio a tormentos indescritíveis.

Consumida pelo desespero e pela dor insuportável, Jezabel gritou: "Então que eu morra de uma vez! Que este sofrimento acabe!"

A voz de Deus, ao mesmo tempo compassiva e firme, respondeu: "Jezabel, minha filha, você não compreende. Aqui não há morte. O sofrimento que você experimenta agora é eterno. Não há fim, não há escape. A morte, que muitas vezes é vista como um alívio para os que sofrem na Terra, não existe neste lugar. Você rejeitou a vida eterna comigo, e agora enfrenta a eternidade separada de mim. Este é o verdadeiro horror do inferno - a separação eterna de Deus, sem possibilidade de mudança ou fim."

Jezabel, finalmente compreendendo a terrível realidade de sua situação, soltou um grito de desespero que ecoou pela vastidão do inferno. Ela entendeu, tarde demais, que suas escolhas na Terra tinham consequências eternas, e que o sofrimento que ela agora experimentava continuaria para sempre, sem esperança de alívio ou escape.

Judas e Saul também experimentavam sua própria agonia. Judas, que sempre zombara da ideia do inferno, agora sentia cada fibra de seu ser consumida por um fogo que não se extinguia. Lembrou-se das palavras de Jesus:

"Se a tua mão te escandalizar, corta-a: melhor é entrares na vida manco do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo inextinguível." (Marcos 9:43)

Agora ele entendia o quão sério Jesus estava quando falava sobre o inferno. Não era uma metáfora ou um símbolo, mas uma realidade terrível e eterna.

Saul, por sua vez, sofria o tormento da consciência. Cada pecado que cometera parecia estar gravado a fogo em sua mente. As traições, as mentiras, os roubos — tudo o atormentava incessantemente. Ele se lembrou das palavras do apóstolo Paulo:

"Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus." (1 Coríntios 6:9-10)

Saul havia se enganado, pensando que poderia viver como quisesse e ainda assim herdar o Reino de Deus. Agora, enfrentava a consequência eterna de suas escolhas.

Os três amigos, outrora tão despreocupados com as coisas espirituais, agora compreendiam plenamente a seriedade da vida e das escolhas que fazemos. Mas era tarde demais.

Enquanto isso, no mundo dos vivos, a notícia do trágico acidente se espalhava. Familiares e amigos choravam a perda repentina. Alguns, em meio à dor, começaram a refletir sobre suas próprias vidas e escolhas.

Ana, irmã de Jezabel, sempre fora uma católica praticante, mas nos últimos anos havia se afastado da Igreja. A morte súbita de sua irmã a fez despertar para a fragilidade da vida. Com lágrimas nos olhos, ela se ajoelhou e rezou:

"Senhor, perdoa-me por ter me afastado de Ti. Não quero terminar como minha irmã, longe de Tua presença. Por favor, ajuda-me a voltar para o caminho da santidade."

No domingo seguinte, Ana foi à missa pela primeira vez em anos. Ao ouvir o Evangelho, sentiu como se Jesus falasse diretamente ao seu coração:

"Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora." (Mateus 25:13)

Após a missa, ela procurou o padre para se confessar. Com o coração contrito, abriu sua alma e recebeu o perdão sacramental. Saiu do confessionário sentindo-se leve e renovada, determinada a viver uma vida de santidade.

Carlos, colega de trabalho de Judas, sempre admirara o "estilo de vida despreocupado" do amigo. Mas a notícia de sua morte o fez questionar suas próprias escolhas. Ele se lembrou de uma passagem bíblica que sua avó costumava citar:

"Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma?" (Marcos 8:36)

Movido por uma urgência que nunca sentira antes, Carlos decidiu fazer mudanças radicais em sua vida. Abandonou os vícios, reconciliou-se com familiares com quem estava brigado e começou a frequentar a Igreja regularmente.

A tragédia que levou Judas, Jezabel e Saul ao inferno tornou-se um chamado à conversão para muitos. Suas mortes não foram em vão, pois serviram como um alerta para aqueles que ainda tinham tempo de mudar.


Querido leitor, você que chegou até aqui nesta história, permita-me fazer-lhe algumas perguntas:

  1. Se você morresse hoje, para onde iria sua alma?

  2. Quantas vezes Deus já o chamou à conversão e você ignorou?

  3. Quanto tempo mais você pensa que tem para se decidir por Deus?


A Bíblia nos adverte:

"Eis agora o tempo aceitável, eis agora o dia da salvação." (2 Coríntios 6:2)

Não espere até que seja tarde demais. A misericórdia de Deus está disponível agora, neste momento, para você. Mas lembre-se, virá um dia em que o tempo da misericórdia terminará e restará apenas o julgamento.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina:

"Morrer em pecado mortal sem arrependimento e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa permanecer separado d'Ele para sempre, por nossa própria e livre escolha. É este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra 'inferno'." (CIC 1033)

O inferno é real, eterno e indescritível em seu horror. Mas você não precisa ir para lá! Deus, em Sua infinita misericórdia, oferece a cada um de nós a chance de nos arrependermos e voltarmos para Ele.


Aqui estão algumas sugestões práticas para iniciar ou aprofundar sua jornada de conversão:

  1. Faça um exame de consciência sincero. Reflita sobre sua vida à luz dos Dez Mandamentos e dos ensinamentos de Jesus.

  2. Busque o Sacramento da Reconciliação (Confissão). Não tenha medo ou vergonha. O padre está lá para ser um instrumento da misericórdia de Deus, não para julgar você.

  3. Participe ativamente da Missa. Não apenas compareça, mas envolva-se plenamente na celebração eucarística.

  4. Dedique tempo diário à oração e à leitura da Bíblia. Comece com 15 minutos e aumente gradualmente.

  5. Pratique obras de misericórdia. Ajude os necessitados, visite os doentes, console os aflitos.

  6. Busque a orientação espiritual de um padre ou diretor espiritual experiente.

  7. Participe de um grupo de oração ou estudo bíblico em sua paróquia.

  8. Cultive uma devoção especial a Nossa Senhora. O rosário é uma poderosa arma contra o pecado e o mal.

  9. Faça jejum e penitência regularmente, oferecendo-os pela sua santificação e pela conversão dos pecadores.

  10. Viva cada dia como se fosse o último, sempre pronto para o encontro com Deus.


Lembre-se das palavras de São João Paulo II: "Não tenham medo! Abram, abram de par em par as portas a Cristo!"

Cristo está batendo à porta do seu coração agora. Você vai abrir? A escolha é sua, mas as consequências são eternas.

Que Deus, em Sua infinita misericórdia, toque seu coração e o conduza pelo caminho da santidade. Que Nossa Senhora, refúgio dos pecadores, interceda por você. E que um dia possamos todos nos encontrar no Céu, gozando da bem-aventurança eterna na presença de Deus. Amém.

ATO DE CONTRIÇÃO

"Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro, Criador, Pai e Redentor meu, por ser vós quem sois e porque vos amo sobre todas as coisas, pesa-me de todo o meu coração de vos ter ofendido, proponho firmemente a emenda de minha vida para nunca mais pecar, apartar-me de todas ocasiões de ofender-vos, confessar-me e cumprir a penitência que me foi imposta. Vos ofereço, Senhor minha vida, obras, e trabalhos em satisfação de todos os meus pecados e assim como vos suplico, assim confio em vossa bondade e misericórdia infinitas que me perdoareis pelos méritos de vosso preciosíssimo sangue, paixão e morte e me dareis graça para emendar-me e perseverar em vosso santo serviço até o fim de minha vida. Amém".


"Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim, de modo algum o lançarei fora; porque desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum de todos os que me deu, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia." (Jo 6, 37-40)

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