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Cristo Humilhado: Obediência que Redime

Liturgia Diária:

Dia 13/04/2025 - Domingo de Ramos


LITURGIA DOMINICAL 13-ABRIL-2025Caminho de Fé

Evangelho: Lucas 22,14—23,56

Texto do Evangelho (resumo litúrgico), versão completa ao final.
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo Lucas. A narrativa começa com a instituição da Eucaristia na última ceia, seguida do sofrimento de Jesus no Getsêmani, sua prisão, julgamento, flagelação, e finalmente sua crucificação e morte. Durante todo o relato, destaca-se a mansidão de Cristo, que mesmo sendo inocente, não se defende, mas entrega-se plenamente ao Pai pela redenção do mundo.
Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho, aclamado com ramos por multidão festiva, ao amanhecer, no caminho da Paixão. Lucas 22,14–23,56.

Reflexão sobre o Evangelho:

O Domingo de Ramos inaugura a Semana Santa com um duplo movimento espiritual: inicia-se com aclamações de louvor a Jesus, o Messias, e culmina na narrativa comovente de sua Paixão, conforme nos relata o Evangelho de Lucas. Esta tensão litúrgica revela o paradoxo da glória pela cruz, núcleo do mistério cristão.

Na instituição da Eucaristia, Jesus antecipa sua entrega redentora: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós” (Lc 22,19). Com este gesto, Ele se torna o verdadeiro Cordeiro pascal, cuja carne é oferecida pela vida do mundo. Esta entrega amorosa revela a essência do discipulado: servir até o fim, doar-se sem medida.

O Getsêmani expõe a agonia da obediência: Jesus, profundamente angustiado, ora ao Pai e submete-se à Sua vontade. Aqui se manifesta a humanidade verdadeira do Verbo encarnado, que sente o peso da cruz, mas a abraça por amor. Ao ser traído, julgado injustamente e flagelado, Jesus permanece silencioso e manso, cumprindo o que Isaías profetizou: “Não desviei o rosto das bofetadas e cusparadas” (Is 50,6).

Durante o processo da Paixão, Lucas nos mostra um Cristo compassivo e senhor de si. Consola as mulheres de Jerusalém, perdoa os seus algozes — “Pai, perdoa-lhes” (Lc 23,34) —, e acolhe o ladrão arrependido com a promessa do Paraíso. Mesmo na dor, Ele manifesta a misericórdia infinita do Pai. A cruz, sinal de maldição, torna-se o trono da graça.

Santo Ambrósio ensina: “Cristo não quis ser amado apenas na glória, mas também na humilhação” (Expositio Evangelii secundum Lucam, X). Na sua humilhação está a nossa exaltação. A entrega de Cristo redime a humanidade e oferece um modelo de obediência amorosa. Por isso, a Igreja contempla a cruz não como derrota, mas como vitória da caridade.

O centurião que reconhece Jesus como justo (Lc 23,47) é o início da colheita escatológica. Em Cristo crucificado, Deus reconcilia o mundo consigo. Sua Paixão é um convite à conversão, à paciência nas tribulações e à confiança filial, pois aquele que se entregou por nós jamais nos abandona.


Pensamentos para Reflexão Pessoal:

1. Tenho buscado viver com humildade e obediência a Deus, mesmo nas dificuldades?

2. Como respondo ao sofrimento: com revolta ou com confiança filial?

3. A Paixão de Cristo me move ao arrependimento sincero e à busca dos sacramentos?


Reflexão sobre as Leituras do Dia:

  • Primeira Leitura: Isaías 50,4-7

  • Salmo: Salmo 21(22),8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)

  • Segunda Leitura: Filipenses 2,6-11

  • Evangelho: Lucas 22,14—23,56

O profeta Isaías apresenta o Servo sofredor que, mesmo sendo perseguido, não se rebela, mas confia plenamente no Senhor. O Salmo 21 é um clamor de dor e de esperança, antevendo o sofrimento do Messias e sua vindicação final. Em Filipenses, há um hino cristológico que descreve a kenosis (esvaziamento) de Cristo, que, sendo Deus, se humilhou até a morte de cruz. Deus, por isso, o exaltou sobre todas as coisas. Esta obediência perfeita encontra seu ponto culminante no Evangelho: Jesus é o Cordeiro inocente, que se entrega para tirar o pecado do mundo. Todas as leituras convergem para a revelação do amor obediente e redentor de Cristo, que transforma a dor em redenção.


Mensagem Final:

Cristo, obediente até a morte de cruz, revela a profundidade do amor de Deus. Ao contemplar sua Paixão, aprendamos a obedecer com humildade, amar até o fim e confiar no Pai. Que a cruz nos transforme, fazendo-nos novas criaturas, prontas para viver e testemunhar a graça da redenção com coragem e esperança.

 

Evangelho: Lucas 22,14—23,56

Texto do Evangelho (Versão Completa)
Tradução elaborada com base nos textos originais em grego e na Nova Vulgata latina, harmonizando fidelidade textual, clareza teológica e estilo litúrgico. Respeita a tradição católica, com linguagem culta e revisão cuidadosa, preservando o sentido autêntico das palavras e ações de Cristo.

Lucas 22,14–38

  1. Quando chegou a hora, pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos.

  2. E disse-lhes: “Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco antes de padecer.

  3. Pois vos digo que não a comerei mais, até que ela se cumpra no Reino de Deus.”

  4. E tomando um cálice, deu graças e disse: “Tomai-o e reparti entre vós.

  5. Porque vos digo que, de agora em diante, não beberei do fruto da videira até que venha o Reino de Deus.”

  6. E tomando o pão, deu graças, partiu-o e deu-lhes, dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.”

  7. Do mesmo modo, depois de cear, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós.

  8. Mas eis que a mão daquele que me trai está comigo à mesa.

  9. Pois o Filho do Homem vai segundo o que está determinado, mas ai daquele homem por quem é traído!”

  10. E começaram a perguntar entre si quem deles seria o que haveria de fazer isso.

  11. E surgiu entre eles uma discussão sobre qual deles seria considerado o maior.

  12. Ele, porém, lhes disse: “Os reis das nações dominam sobre elas, e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores.

  13. Vós, porém, não deveis ser assim; mas o maior entre vós seja como o menor, e o que governa, como o que serve.

  14. Pois quem é maior: o que está à mesa ou o que serve? Não é o que está à mesa? Pois eu estou entre vós como aquele que serve.

  15. Vós sois os que permaneceram comigo em minhas provações.

  16. E eu disponho para vós um Reino, como meu Pai o dispôs para mim,

  17. para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.

  18. Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo;

  19. mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece teus irmãos.”

  20. Pedro lhe disse: “Senhor, estou pronto a ir contigo até mesmo para a prisão e para a morte!”

  21. Jesus respondeu: “Digo-te, Pedro, que o galo não cantará hoje antes que tenhas negado três vezes que me conheces.”

  22. E disse-lhes: “Quando vos enviei sem bolsa, sem alforje e sem sandálias, porventura vos faltou alguma coisa?” Eles responderam: “Nada.”

  23. Ele lhes disse: “Mas agora, quem tem uma bolsa, tome-a, e também o alforje; e quem não tem, venda o manto e compre uma espada.

  24. Porque vos digo que é necessário que se cumpra em mim isto que está escrito: ‘E foi contado entre os malfeitores.’ Pois aquilo que se refere a mim está se cumprindo.”

  25. Eles disseram: “Senhor, eis aqui duas espadas.” Ele lhes respondeu: “Basta.”

Lucas 22,39–53

  1. E saindo, foi como de costume para o monte das Oliveiras, e os discípulos o seguiram.

  2. Chegando ao lugar, disse-lhes: “Orai para que não entreis em tentação.”

  3. E afastou-se deles à distância de um tiro de pedra e, ajoelhando-se, orava,

  4. dizendo: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.”

  5. Então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava.

  6. E, estando em agonia, orava com mais fervor; e seu suor tornou-se como gotas de sangue que caíam no chão.

  7. Levantando-se da oração, foi até os discípulos e os encontrou adormecidos pela tristeza.

  8. E disse-lhes: “Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.”

  9. Enquanto ainda falava, eis que chegou uma multidão, e aquele chamado Judas, um dos doze, ia à frente deles. Aproximou-se de Jesus para beijá-lo.

  10. Jesus, porém, lhe disse: “Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?”

  11. Os que estavam ao redor dele, vendo o que ia acontecer, disseram: “Senhor, feriremos à espada?”

  12. E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita.

  13. Jesus, porém, respondeu: “Deixai, basta!” E tocando-lhe a orelha, curou-o.

  14. Jesus então disse aos chefes dos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos que vieram contra ele: “Como a um ladrão viestes com espadas e paus?

  15. Todos os dias eu estava convosco no templo, e não pusestes as mãos sobre mim. Mas esta é a vossa hora, e o poder das trevas.”

Lucas 22,54–71

  1. Então, prendendo-o, levaram-no e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe.

  2. Quando acenderam uma fogueira no meio do pátio e se sentaram ao redor, Pedro sentou-se entre eles.

  3. Uma criada, ao vê-lo sentado junto ao fogo, fitando-o disse: “Este também estava com ele.”

  4. Mas ele negou, dizendo: “Mulher, não o conheço.”

  5. Pouco depois, outro o viu e disse: “Tu também és um deles.” Mas Pedro respondeu: “Homem, não sou.”

  6. Cerca de uma hora depois, outro afirmava com insistência: “Certamente este também estava com ele, pois é galileu.”

  7. Mas Pedro disse: “Homem, não sei o que dizes!” E no mesmo instante, enquanto ainda falava, o galo cantou.

  8. Então o Senhor voltou-se e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe dissera: “Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.”

  9. E saindo para fora, chorou amargamente.

  10. Os homens que guardavam Jesus zombavam dele e o espancavam.

  11. Cobriam-lhe o rosto e perguntavam: “Profetiza! Quem foi que te bateu?”

  12. E diziam muitas outras blasfêmias contra ele.

  13. Ao amanhecer, reuniu-se o conselho dos anciãos do povo, os sumos sacerdotes e os escribas, e conduziram-no ao seu Sinédrio, dizendo:

  14. “Se tu és o Cristo, dize-nos.” Ele respondeu: “Se eu vos disser, não acreditareis;

  15. e se vos perguntar, não me respondereis.

  16. Mas de agora em diante, o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus.”

  17. Todos disseram: “Logo, tu és o Filho de Deus?” Ele respondeu: “Vós o dizeis: eu sou.”

  18. Então disseram: “Que necessidade temos ainda de testemunho? Pois nós mesmos o ouvimos de sua própria boca.”

Lucas 23,1–25

  1. Levantando-se toda a assembleia, conduziram Jesus a Pilatos.

  2. E começaram a acusá-lo, dizendo: “Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, proibindo dar tributo a César e dizendo ser ele mesmo o Cristo, um rei.”

  3. Pilatos o interrogou, dizendo: “Tu és o rei dos judeus?” Ele respondeu: “Tu o dizes.”

  4. Pilatos disse aos sumos sacerdotes e à multidão: “Nada encontro de culpa neste homem.”

  5. Mas insistiam, dizendo: “Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia até aqui.”

  6. Quando Pilatos ouviu isso, perguntou se o homem era galileu.

  7. E ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também estava em Jerusalém naqueles dias.

  8. Herodes, ao ver Jesus, alegrou-se muito, pois havia muito tempo desejava vê-lo, por ter ouvido falar dele e esperava ver algum milagre feito por ele.

  9. Dirigiu-lhe muitas perguntas, mas ele nada lhe respondeu.

  10. Os sumos sacerdotes e os escribas estavam presentes, acusando-o com veemência.

  11. Herodes, com seus soldados, desprezou-o, escarneceu dele, vestiu-o com um manto resplandecente e enviou-o de volta a Pilatos.

  12. Naquele dia, Herodes e Pilatos tornaram-se amigos, pois antes eram inimigos entre si.

  13. Pilatos convocou os sumos sacerdotes, as autoridades e o povo,

  14. e disse-lhes: “Apresentastes-me este homem como agitador do povo, mas tendo-o interrogado diante de vós, nada encontrei nele das culpas de que o acusais.

  15. Nem tampouco Herodes, pois o enviou de volta para nós. Eis que nada fez que mereça a morte.

  16. Portanto, vou castigá-lo e soltá-lo.”

  17. [Era-lhe necessário soltar-lhes um preso por ocasião da festa.]

  18. Mas toda a multidão clamou a uma só voz, dizendo: “Faze morrer este, e solta-nos Barrabás!”

  19. Barrabás fora lançado na prisão por causa de uma revolta ocorrida na cidade e por homicídio.

  20. Pilatos, desejando soltar Jesus, falou-lhes novamente.

  21. Mas eles clamavam: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

  22. Pela terceira vez, ele lhes disse: “Que mal fez este? Nada encontrei nele digno de morte; portanto, vou castigá-lo e soltá-lo.”

  23. Mas eles insistiam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado, e seus clamores prevaleceram.

  24. Então Pilatos decidiu que se fizesse conforme a petição deles.

  25. E soltou o que fora lançado na prisão por revolta e homicídio, a quem pediam; e entregou Jesus à vontade deles.

Lucas 23,26–56

  1. Enquanto o conduziam, pegaram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e o carregaram com a cruz, para que a levasse atrás de Jesus.

  2. Seguia-o uma grande multidão do povo, e mulheres batiam no peito e o lamentavam.

  3. Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos.

  4. Pois eis que virão dias em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os seios que não amamentaram!’

  5. Então começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’ e às colinas: ‘Cobri-nos!’

  6. Porque, se fazem isto com o lenho verde, que será do seco?”

  7. Levavam também outros dois malfeitores para serem executados com ele.

  8. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como os malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

  9. Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” E repartindo suas vestes, lançaram sortes.

  10. O povo estava ali, observando. Os chefes zombavam dele, dizendo: “Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido!”

  11. Também os soldados escarneciam dele. Aproximando-se, ofereciam-lhe vinagre

  12. e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!”

  13. Havia também uma inscrição sobre ele: “Este é o rei dos judeus.”

  14. Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”

  15. Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação?

  16. Nós, sim, com justiça, pois recebemos o que merecemos pelos nossos atos; mas este nada fez de mal.”

  17. E disse: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres com teu Reino.”

  18. Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.”

  19. Já era quase a hora sexta, e houve trevas sobre toda a terra até a hora nona.

  20. Escureceu-se o sol, e o véu do templo rasgou-se ao meio.

  21. Jesus, dando um forte grito, disse: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” E dizendo isso, expirou.

  22. O centurião, vendo o que tinha acontecido, glorificava a Deus, dizendo: “De fato, este homem era justo!”

  23. E todas as multidões que se haviam reunido para esse espetáculo, vendo o que se passou, voltavam batendo no peito.

  24. Todos os seus conhecidos, e as mulheres que o tinham seguido desde a Galileia, permaneciam de longe, observando essas coisas.

  25. Havia um homem chamado José, membro do conselho, homem bom e justo,

  26. que não tinha consentido na decisão nem na ação dos outros. Era de Arimateia, cidade dos judeus, e esperava o Reino de Deus.

  27. Foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.

  28. Descendo-o, envolveu-o num lençol e o depositou num túmulo escavado na rocha, onde ainda ninguém havia sido posto.

  29. Era o dia da Preparação, e o sábado já estava começando.

  30. As mulheres que tinham vindo com ele da Galileia seguiram, observaram o túmulo e como o corpo fora ali colocado.

  31. Depois voltaram e prepararam aromas e bálsamos. E no sábado descansaram, conforme o mandamento.

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