Liturgia Diária:
Dia 14/06/2024 - Sexta-feira
Evangelho: Mateus 5,27-32
“Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério.’
Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher com desejo impuro, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Se o teu olho direito te leva a pecar, arranca-o e lança-o de ti; pois é melhor perder um dos teus membros do que todo o teu corpo ser lançado na Geena.
E se a tua mão direita te leva a pecar, corta-a e lança-a de ti; pois é melhor perder um dos teus membros do que todo o teu corpo ir para a Geena.
Também foi dito: ‘Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.’
Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudiar sua mulher, a não ser por motivo de união ilícita, faz com que ela cometa adultério; e quem se casar com a repudiada, comete adultério.”
Reflexão:
Neste trecho do Sermão da Montanha, Jesus aprofunda o entendimento da Lei, especificamente sobre o adultério e o divórcio. Ele nos chama a uma pureza de coração e a uma fidelidade que transcende a mera observância externa dos mandamentos.
“Todo aquele que olhar para uma mulher com desejo impuro, já cometeu adultério com ela no seu coração.” Jesus nos ensina que o pecado do adultério não é apenas uma ação externa, mas começa no coração. Santo Agostinho destaca que o desejo desordenado corrompe a alma e separa-nos de Deus. Jesus nos chama a cultivar um coração puro, livre de desejos impuros, porque a santidade começa no interior.
A radicalidade das palavras de Jesus sobre arrancar o olho ou cortar a mão que leva ao pecado deve ser entendida no contexto da seriedade com que devemos tratar o pecado. São Tomás de Aquino explica que Jesus usa uma linguagem hiperbólica para enfatizar a necessidade de evitar ocasiões de pecado e de buscar a pureza a qualquer custo. É uma chamada à vigilância constante sobre nossos pensamentos e ações.
Sobre o divórcio, Jesus reafirma a indissolubilidade do matrimônio. “Todo aquele que repudiar sua mulher, a não ser por motivo de união ilícita, faz com que ela cometa adultério.” Santo Ambrósio nos ensina que o casamento é um sacramento que reflete a união indissolúvel entre Cristo e a Igreja. A fidelidade no matrimônio é uma expressão do amor fiel de Deus por nós.
A sociedade contemporânea muitas vezes trivializa a pureza e a fidelidade, mas Jesus nos chama a viver de acordo com a vontade divina, honrando nossos compromissos e mantendo nossos corações puros. São João Crisóstomo destaca que a fidelidade no matrimônio e a pureza de coração são testemunhos poderosos da presença de Deus em nossas vidas.
A exigência de Jesus para uma pureza radical e uma fidelidade absoluta é um convite à conversão profunda e contínua. Não se trata apenas de evitar o pecado, mas de cultivar virtudes que nos aproximem mais de Deus. A pureza e a fidelidade são frutos de uma vida vivida em íntima comunhão com Cristo, através da oração, dos sacramentos e da caridade.
Pensamentos para Reflexão Pessoal:
1. Como posso cultivar a pureza de coração em meus pensamentos e ações diárias?
2. De que maneiras posso fortalecer meu compromisso com a fidelidade no meu matrimônio ou em minhas relações interpessoais?
3. Quais são as ocasiões de pecado em minha vida que preciso evitar para manter minha comunhão com Deus?
Mensagem final:
Que possamos abraçar o chamado de Jesus à pureza de coração e à fidelidade, vivendo nossas vidas como testemunhos de seu amor e graça, e refletindo a santidade a que somos chamados como discípulos de Cristo.
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